Páscoa de 2021

“Ora, Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; porque para ele todos vivem.” (Lucas 20:38)
 

O ano passado foi sem dúvida, um dos mais estranhos que já conhecemos. A pandemia do Covid-19, transformou em todo o mundo a forma como vivemos. Tem sido um ano de muitas perdas, luto e sofrimento para muitos em todo o mundo, tudo agravado pela nossa impossibilidade de nos confortarmos uns aos outros com as formas como habitualmente o fazemos. Temos sido confrontados com a nossa mortalidade e a nossa fragilidade como seres humanos, mas também com a nossa interdependência e interconexão.
 

Com a sua vida e morte na cruz, Jesus entra na dor, incerteza e confusão que fazem parte da vida humana. Ele vive entre os enfermos, os quebrantados e os sofredores. Ele ministra para os proscritos e os marginalizados. Não há espaço entre nós e o Deus que vem viver entre nós. Este ano, Deus esteve perto de nós no nosso sofrimento, ouviu os nossos gritos e sentiu a nossa dor. Não sofremos sozinhos.
 

Na sua paixão e morte, Cristo experimenta as profundezas da humanidade. Enquanto o Pai O Ressuscita pelo poder do Espírito Santo, um novo dia amanhece para o mundo. A morte é conquistada e superada, e aquele que estava morto, mas agora está vivo, transforma o desespero em esperança e o ódio em amor. Pela Sua Ressurreição, Ele chama-nos a todos para a vida eterna com Ele. Ele revela a verdade, e a verdade é que a morte nos mente. Ela não tem a palavra final.
 

Em todo o mundo, olhamos para a promessa da vacina e para a reconstrução da sociedade após o tumulto do ano passado. Tomamos os nossos lugares como sal e luz no mundo, lembrando que, como Cristãos, somos chamados a manter os nossos olhos fixos, não na vida "normal", mas na vida eterna que Jesus nos promete no Seu Reino. Essa é nossa esperança final e a nossa salvação.
 

Que possamos encontrar conforto e esperança no Deus que morreu por nós, e que possamos proclamar O Seu nome na confiança de que Ele ressuscitou de facto.

Justin Welby, Arcebispo de Cantuária