Os desafios e oportunidades que enfrentam as Igrejas Anglicanas de fala portuguesa em três continentes têm sido o foco do primeiro dia da III Consulta da Rede Lusófona da Comunhão Anglicana em Portugal. Mais de 30 pessoas delegadas participam do encontro em Porto, Portugal. Participam bispos, clérigas e clérigos e leigas e leigos de Angola, Brasil, Moçambique e Portugal assim como representantes de algumas outras organizações anglicanas que trabalham nesses países.

Dom Jorge Pina Cabral, bispo da Igreja Lusitana que hospeda o encontro e coordenador da Rede Lusófona, disse que é uma alegria estar juntas e juntos e ele está confiante que esse evento reforçará o senso de comunhão entre as igrejas. “Minha esperança é que o evento fortalecerá os laços entre as dioceses lusófonas, ele disse. Eu espero que o povo se conheça melhor e compartilhe suas histórias. Eu quero que nós compartilhemos nossos recursos espirituais, humanos e materiais”.

Ele compartilhou que a Igreja Anglicana em Portugal sofre de uma escassez de pessoas para o ministério ordenado e diminuição de recursos financeiros, mas ainda assim continua desenvolvendo um bom trabalho social nas comunidades. Ele disse que espera que se torne mais focada na missão e menos auto-centrada no futuro, considerando ela vai na contramão da cultura prevalente numa sociedade cada vez mais secular e indiferente.

Bispo André Soares de Angola disse que a igreja é predominantemente jovem e que há um sentimento de otimismo e esperança. Ele disse que havia 100.000 crianças esperando para o batismo. Mas há uma dificuldade nas finanças e o clero está sob pressão para se sustentar, tendo que ter outros empregos para se sustentarem. Ele deu um exemplo de um reverendo que, com dificuldades, servia 20 igrejas. Ele agradeceu algumas agencias externas como MANNA, ALMA e USPG que tem ajudado a igreja a desenvolver seu trabalho social, como o que fazem para que as pessoas tenham melhores serviços sanitários.

Os três bispos de Moçambique disseram que o tamanho do país e a falta de clero e fundos para os clérigos são grandes desafios. Mas os jovens de Moçambique (1/3 tem menos de 12 anos) foi um sinal de vitalidade e esperança como foi a generosidade das pessoas membros das igrejas. No segundo dia do encontro haverá a partilha da igreja do Brasil.

As igrejas de fala portuguesa têm mais de 350.000 membros ao redor do mundo. A rede tem como prioridade desenvolver laços entre esses membros.

“Eu gostaria que as dioceses fizessem da Rede uma prioridade”, D. Jorge disse à Anglican Communion News Service. “Nós precisamos pensar mais globalmente – ter em mente nossas dioceses irmãs. Nós precisamos criar uma cultura de envolvimento de outras igrejas de fala portuguesa e encontrar maneiras de intercolaboração. Nós estamos trabalhando para melhorar nossa comunicação, mas ainda há muito para ser feito.

“Eu gostaria que nós celebrássemos nossa língua comum bem como nossa diversidade. É parte das nossas riquezas como igrejas Anglicanas. Se nós estamos mais ligadas como uma rede, isso enriquecerá a Comunhão Anglicana. Nós somos como uma Comunhão dentro da Comunhão para o benefício de todas e todos”.

Na noite de abertura, houve um momento de memorial da vida de D. Daniel Pina Cabral, o nono bispo da diocese de Libombos, Moçambique, que foi coordenada por seu filho. Nos dias que se seguem, as pessoas que participam do evento verão em primeira mão o trabalho social desenvolvido pela Igreja de Portugal, na cidade de Porto e visitarão algumas paróquias no domingo, aproveitando as celebrações dominicais. Eles e elas também vão dialogar sobre a educação cristã, o papel das mulheres na missão, pessoas jovens e o trabalho pastoral e como irão continuar como uma Rede.

  • Para maiores informações e atualização sobre o encontro, olhe no Facebook facebook.com/igrejalusitana
     
  • O Escritório Global da Comunhão Anglicana está desenvolvendo uma página na Internet para a Rede Lusófona. Ela será lançada na próxima semana e haverá links para vários materiais.

Fonte: www.anglicannews.org

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